quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Pré Conferência Municipal do Meio Ambiente De Campinas 7 de agosto de 2013 Salão Vermelho Paço Municipal Campinas

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Carnaval e Copa, será que dá samba? Por racismoambiental, 11/02/2013 15:46 A Pública - Em Belo Horizonte, marchinha “Imagina na Copa” vence concurso e mostra o que população está pensando sobre o evento. Por Mateus Coutinho, especial para o Copa Pública A Copa do Mundo segue em ritmo de samba em Belo Horizonte. E a melodia parece não estar agradando à população, que já tem até uma marchinha para lembrar quem realmente sai ganhando com o mundial. No último dia 28 de janeiro, a música “Imagina na Copa”, dos compositores Daniel Iglesias, Matheus Rocha e Guto Borges venceu o segundo Concurso de Marchinhas Mestre Jonas, realizado na cidade. Criado no ano passado pela agência cultural Cria Cultura, o Concurso de Marchinhas Mestre Jonas surgiu para resgatar os antigos bailes carnavalescos, com concurso de fantasias e de marchinhas criadas pela população. A premiação é realizada em um baile onde as 12 marchinhas selecionadas pela curadoria do Concurso se apresentam e são avaliadas por um júri, que indica as três finalistas. As campeãs são então escolhidas pelos participantes do baile, sendo que o primeiro lugar leva a premiação de R$ 5 mil, o segundo de R$ 3 mil e o terceiro de R$ 1 mil. No ano passado, a marchinha vencedora foi “Na Coxinha da Madrasta”, que fazia referência à polêmica envolvendo o presidente da Câmara Municipal, Leo Burguês e seus milhares de reais gastos em um buffet de sua madrasta. Neste ano foi a vez da Copa: “O público começou a gritar o nome da marchinha antes mesmo de ir a votação do júri”, conta a jornalista Brisa Marques, uma das curadoras do Concurso. IMAGINA NA COPA Com referências aos despejos realizados para as obras da Copa e aos interesses dos políticos locais no mundial, a letra começou com uma brincadeira entre amigos: “Estávamos de bobeira em casa e o Matheus disse que queria fazer uma marchinha sobre a Copa, aí já falei ‘imagina na copa’ e fomos escrevendo a letra”, conta Daniel Iglesias, um dos compositores. Perto da casa onde moram Daniel e Matheus, há um campo de futebol de várzea que eles costumam frequentar e deve dar lugar a um hotel para o mundial. “É bizarro pensar que por causa da Copa vão destruir um campinho para fazer hotel”, comenta Matheus. A vitória da marchinha surpreendeu os membros do Comitê Local dos Atingidos pela Copa. “Foi uma surpresa muito marcante, inclusive porque no começo do Comitê [em 2010] as pessoas achavam que era exagero nosso, e hoje já vemos a população entendendo melhor os impactos da Copa”, comemora o membro do Comitê, Fidelis Alcântara. Ouça a música https://soundcloud.com/bandamole/imagina-na-copa #imaginanacopa Daniel Iglesias, Matheus Rocha, Guto Borges Derrubaram minha casa Por um erro de arbitragem Ai meu deus, essa copa do mundo É uma puta falta de sacanagem! Beagá não sai ganhando Nem se for pra repescagem Se o filho da babá é dono da bola Vou levar minha pelada pra Contagem Se na praça não pode vender pipoca #imaginanacopa Se o Laécio tá fechado com a Coca #imaginanacopa Se na Guaicurus só ta dando poliglota #imaginanacopa Se o burguês pira nas mina de pi… Ôpa! #imaginanacopa Se no rádio essa música não toca #imaginanacopa – http://www.apublica.org/2013/02/carnaval-copa-sera-da-samba/ categorias Racismo Ambiental | tags comunidades urbanas, Copa 2014, despejos, direito à cidade, especulação imobiliária, território, violência fonte: http://racismoambiental.net.br/2013/02/carnaval-e-copa-sera-que-da-samba/#.URkvQRUbYfo.facebook

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Conar define normas para combater “greenwashing” na propaganda

Conar define normas para combater “greenwashing” na propaganda

Objetivo é evitar publicidade enganosa de produtos comuns como se fossem “verdes”; medida começa a valer em 1º de agosto Greenwashing é um termo em inglês, que pode ser traduzido para algo como “maquiagem verde”, ou seja, propaganda enganosa que confere atributos “verdes” que não existem ou não estão comprovados a produtos, serviços ou marcas.
E é o greenwashing que uma nova medida do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) pretende combater de forma a evitar que o consumidor seja enganado por informações falsas ou exageradas relativas a produtos ou serviços supostamente “verdes” e a empresas com práticas supostamente sustentáveis.
A desta segunda-feira (01/08), a publicidade veiculada no Brasil não poderá  mais enaltecer características de sustentabilidade de determinado produto, serviço ou marca se a empresa responsável não comprovar tais qualidades.

As novas regras foram incorporadas ao Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária e determinam que a publicidade deve passar a atender os seguintes princípios fundamentais:
. Veracidade – deve informar sobre o que é verdadeiro e passível de verificação e comprovação;
. Exatidão – deve ser exata e precisa, não cabendo informações genéricas e vagas;
. Pertinência – deve ter relação com processos de produção e comercialização dos produtos e serviços anunciados; e
. Relevância – o benefício ambiental salientado deve ser significativo em termos do impacto ambiental total do produto ou do serviço sobre o meio ambiente, em todo seu ciclo de vida, ou seja, durante a produção, o uso e o descarte.

Na prática, o novo texto do código exige que as publicidades com apelo ambiental veiculem informações verdadeiras e que os respectivos benefícios ambientais salientados sejam comprováveis. Além disso, os impactos ambientais positivos dos produtos e serviços devem ser significativos e considerar todo seu ciclo de vida, ou seja, desde a fase da extração da matéria-prima e produção, passando pela de uso e, finalmente, a de descarte.
Segundo Gilberto Leifert, presidente do Conar, a proposta do Conselho não é meramente punir as empresas, mas sim elevar “o nível da publicidade sobre sustentabilidade”.
A empresa que descumprir as normas fica sujeita a punições que variam de advertência à suspensão da campanha publicitária e divulgação pública do descumprimento da regulamentação. A entidade não aplica multa em caso de infração. “Dependendo da gravidade do caso, o Conar pode agir por meio de medida liminar, o que tira o comercial de veiculação em poucas horas”, explica Leifert.
“O consumidor consciente adota critérios de sustentabilidade na hora de escolher produtos e serviços e também tende a privilegiar empresas responsáveis social e ambientalmente. Essa decisão do Conar é essencial para ajudar a dar mais transparência e veracidade às informações usadas pelos consumidores em suas decisões de compra”, comenta Helio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu.
“A publicidade é, em geral, o principal meio de informação sobre produtos e serviços de que dispõe o consumidor. Na medida em que adota princípios de exatidão, veracidade e relevância, dá melhor uso ao poder de escolha do consumidor, que por sua vez cuida do seu próprio bolso, de sua saúde, de sua qualidade de vida e do planeta ao premiar empresas mais sustentáveis e sinalizar às concorrentes que esse é um atributo cada vez mais importante”, completa Mattar.
Dados da pesquisa Akatu/Ethos 2010 sobre a percepção do consumidor brasileiro em relação à responsabilidade social das empresas, apontam que três a cada quatro consumidores desconfiam das informações prestadas pelas empresas: 44% dizem não acreditar em nenhum tipo de informação e outros 32% dizem acreditar “dependendo” da empresa. Provavelmente, este é um fenômeno que deriva da divulgação de informações inverídicas e inexatas por parte das empresas.
Por outro lado, segundo a mesma pesquisa, 29% dos brasileiros afirmam que procuram repassar ao maior número possível de pessoas informações sobre empresas e produtos, o que torna ainda mais importante que as informações recebidas sejam confiáveis.

Clique aqui para baixar gratuitamente a pesquisa na íntegra.

Entre o grupo dos consumidores considerados “mais conscientes”, esse percentual sobe para 64%. Naturalmente, esta resolução do Conar faz com que as informações recebidas em material publicitário possam ser repassadas com maior tranquilidade pelos consumidores.
“Por isso, ele [o consumidor] é fundamental nesse processo de acompanhamento, para levantar dúvidas sobre o que é divulgado” afirma Leifert.
O presidente do Conar ressalta que a nova regulamentação não pretende boicotar a publicidade da sustentabilidade. "Queremos que um anúncio que cite a sustentabilidade contenha apenas informações ambientais passíveis de verificação e comprovação", explica. De acordo com o Conar, cabe ao anunciante, em qualquer caso, comprovar as suas afirmações.
O Conselho de Ética do Conar, formado por publicitários e representantes da sociedade civil, é responsável pela análise das afirmações contidas nos materiais publicitários, uma a uma, e delibera sobre a validade delas, pedindo mais explicações ao anunciante, se assim considerar necessário. “Para casos mais complexos, os membros do Conselho de Ética poderão solicitar à direção do Conar que busque a opinião de especialistas na matéria para que se chegue a um veredito mais preciso”, diz Leifer.
De acordo com as novas recomendações, os critérios da nova regulamentação se aplicam a qualquer benefício social ou ambiental que a empresa atribua a um determinado produto ou serviço. "Não serão considerados pertinentes apelos que divulguem como benefício socioambiental o mero cumprimento de disposições legais", segundo os novos critérios.
Segundo Leifer, o Conar tem uma área de monitoria que verifica rotineiramente os principais veículos de comunicação do país, buscando identificar anúncios que não cumpram as regulamentações do Conselho. “Mas contamos muito com as denúncias de consumidores, além de autoridades, entidades e mesmo de empresas”, diz.
O presidente explica que o consumidor que fique em dúvida sobre a veracidade de uma afirmação contida em um anúncio pode fazer uma denúncia tanto pelo site da entidade como por carta, sem precisar enviar o anúncio ao Conar. “Garantimos sigilo do denunciante e só exigimos que ele formule sua denúncia por escrito, identifique-se claramente e informe o dia, hora e veículo onde viu a peça, seja na TV, no rádio, jornal, na internet, inclusive em e-mail marketing, folhetos e ponto de venda”.
Para denunciar determinada empresa ou produto, clique aqui e veja o formulário na parte inferior da página principal do site ou encaminhe sua carta para o Conar, que fica na capital paulista, na Av. Paulista, 2073 - Edifício Horsa II - 18º andar. CEP: 01311-940.

A norma
As mudanças foram incorporadas por meio do acréscimo de um parágrafo e um anexo ao artigo 36 do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.
O parágrafo acrescentado define os princípios de veracidade, exatidão, pertinência e relevância que a publicidade deve obedecer.
O anexo U, adicionado ao artigo 36, define o que é “publicidade da responsabilidade socioambiental e da sustentabilidade” e detalha os princípios a seres respeitados.
O texto original do artigo 36 fazia menção apenas ao combate a anúncios que estimulassem a poluição, desperdício e depredação dos recursos naturais e do meio urbano e à má conservação do meio ambiente.

Fonte: Instituto Akatu

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Uso do carro atinge o limite nos países desenvolvidos

Transporte individual pode ter chegado ao limite nos EUA e Europa, enquanto transporte coletivo ganha mais investimentos. No Brasil, entretanto, a tendência é que o uso do carro cresça cada vez mais
Bruno Calixto

Os longos congestionamentos e o estresse que as pessoas enfrentam todos os dias para se locomover nas grandes cidades podem estar chegando ao fim. Ao menos nos países desenvolvidos. Pesquisadores estão identificando um novo padrão na forma como as pessoas se movimentam, com queda no uso do carro e aumento de embarques em trens, ônibus e metrô. Um artigo dos pesquisadores Peter Newman e Jeff Kenworthy, do Instituto de Sustentabilidade da Universidade de Perth, na Austrália, afirma que o uso do carro nos grandes centros urbanos dos Estados Unidos, Europa e Austrália pode ter atingido o pico em 2004, e, desde então, começou a cair.
Segundo o estudo, os dados mostram claramente que o uso do carro chegou a um ponto máximo e começa a diminiuir. Na década de 1960, a quantidade de quilômetros rodados por carro aumentou 42%. Na década de 70, 26% e em 1980, 23%. O período de 1995-2005 mostra um aumento global de 5,1%, mas queda em várias metrópoles nos países desenvolvidos: Londres (-1,2%), Estocolmo (-3,7%), Viena (-7,6%). Nos Estados Unidos, Houston teve queda de 15% e Atlanta, 10%. As duas cidades tinham níveis bastante altos de uso de transporte individual em 1995.
Fontes: Peter Newman e Jeff Kenworthy/Instituto de Sustentabilidade da Universidade de Perth; Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
Fontes: Peter Newman e Jeff Kenworthy/Instituto de Sustentabilidade da Universidade de Perth; Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
Além disso, muitas cidades europeias estão propositalmente tornando mais difícil a vida dos motoristas. Viena, por exemplo, fechou diversas ruas do centro da cidade para os carros. Londres e Estocolmo cobram taxas de congestionamento – conhecidas no Brasil como pedágio urbano – para os motoristas trafegarem no centro da cidade, e várias cidades alemãs criaram "zonas" onde só podem circular carros com baixa emissão de poluentes e gases de efeito estufa.
Em compensação, esses países estão vivendo um renascimento do transporte público. A quantidade de embarques em ônibus, trens e metrô cresceu 12% nas cidades americanas, 8% no Canadá e 6% na Austrália. Segundo o estudo, uma pequena melhora no transporte público pode ser suficiente para que um grande número de pessoas deixe o carro na garagem.
Os principais motivos para essa tendência são econômicos: os autores relacionam a alta do preço do petróleo, que encarece o transporte individual, com a queda do uso do automóvel. Em 2008, o preço do barril de petróleo chegou a US$ 140, e foi considerado um dos fatores que contribuíram para a crise financeira. No momento, o barril está cotado em US$ 90, e a tendência é que o valor continue alto nos próximos anos.
Economizar tempo também pode ser um fator relevante: viagens longas para chegar ao trabalho são cada vez menos toleradas. Os pesquisadores acreditam que exista um "limite de tolerância" do tempo que as pessoas aguentam gastar para se locomover na cidade de cerca de uma hora. Se os infindáveis congestionamentos tornam a viagem mais longa, as pessoas tendem a substituir o carro, buscando alternativas como bicicleta, caminhada e transporte coletivo, o que pressiona o poder público a investir nessas áreas. Para se ter uma ideia, hoje cerca de 20% da população dos centros urbanos no Brasil leva mais de uma hora para se deslocar para o trabalho.
Segundo o ambientalista e consultor de Mobilidade Sustentável Lincoln Paiva, o uso do carro está, de fato, diminuindo na Europa, mas não a venda de veículos, que está estabilizada. "Não importa muito o número de automóveis nas cidades, o importante é como utilizamos os automóveis e como o governo está trabalhando para equilibrar essa balança. O ideal seria passar a seguinte mensagem aos motoristas: continuem comprando automóveis, mas use-os com moderação".
Tendência inversa: no Brasil, sobe o uso de carros; cai o de transporte público

No Brasil, a tendência é praticamente oposta à dos países desenvolvidos. De acordo com um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizado em 12 regiões metropolitanas do país, na última década o uso do carro aumentou 8% ao ano, e o de motocicletas, 15% ao ano. Enquanto isso, o uso de transporte público caiu 30% nos últimos dez anos. "Esse crescimento do transporte individual é muitas vezes interpretado pelas pessoas como uma melhora na qualidade de vida. Mas, do ponto de vista da cidade, é um problema sério: gera congestionamentos, poluição, acidentes de trânsito", diz Carlos Henrique Carvalho, pesquisador o Ipea.
Segundo Carvalho, o Brasil viveu um período de degradação do transporte público, com perda de qualidade e aumento de tarifas. Com a economia aquecida, os brasileiros que podem manter um carro evitam usar os serviços públicos. O resultado é um círculo vicioso em que as pessoas não usam transporte coletivo porque o serviço é ruim, o que diminui a arrecadação de empresas de ônibus e metrô e, consequentemente, aumenta a tarifa e piora o serviço prestado. Para Carvalho, a solução é inverter as prioridades de transporte no Brasil, investindo mais em transporte público e estimulando o uso racional de carros e motos.
Para Paiva, reduzir o uso do carro pode ser bastante positivo tanto para as cidades quanto para as pessoas. O ambientalista cita estudos que mostram que o crescimento da motorização está relacionado com a obesidade nos EUA: ir a pé ou de bicicleta ao trabalho seria uma forma de poluir menos e ainda manter a própria saúde. "No Brasil, cerca de 25% dos trabalhadores moram até 30 minutos a pé do trabalho, e outros 45% até 60 minutos a pé. De bicicleta, essa distância em termos de tempo cairia para 10 e 15 minutos. Ou seja, 75% dos trabalhadores poderiam adotar formas alternativas de deslocamento". Resta ao poder público criar mecanismos que incentivem essa mudança, além de garantir a segurança de pedestres e ciclistas no trajeto.
Paiva acredita que a solução para a mobilidade passa por ações integradas, e cita as cidades alemãs que trabalham com o conceito de Transport Demand Management, o gerenciamento da demanda por transporte. Nesse conceito, a cidade estuda quais são as demandas de mobilidade da cidade e atua onde há excesso de automóveis, com o objetivo de melhorar todo o sistema. "Isoladas, medidas como pedágio urbano não passam de arrecadadores de receita para a prefeitura, mas bem projetadas e em sinergia com outros programas, podem transformar a forma de se locomover na cidade.

Fonte: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT246637-15228-246637-3934,00.html

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sustentabilidade e cuidado, um caminho a seguir

Ambas devem ser assumidas conjuntamente para impedir que a crise se transforme em tragédia Comentário Akatu: O consumir consciente é a forma mais próxima de todo nós para a aplicação cotidiana da sustentabilidade e do cuidado comentados por Boff. Quando escolhemos produtos que são mais cuidadosos com o meio ambiente e a sociedade, nós seguimos girando a roda da economia, mas a partir de uma reflexão ética. Escolher assim é ser consciente de que consumir pode ser um ato de compromisso com a vida no planeta e de garantia de recursos para as próximas gerações.

Há muitos anos, venho trabalhando sobre a crise de civilização que se abateu perigosamente sobre a humanidade. Não me contentei com a análise estrutural de suas causas, mas, através de inúmeros escritos, tratei de trabalhar positivamente as saídas possíveis em termos de valores e princípios que confiram real sustentabilidade ao mundo que deverá vir. Ajudou-me muito, minha participação na elaboração da Carta da Terra, a meu ver, um dos documentos mais inspiradores para a presente crise. Esta afirma:”o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal”.
Dois valores, entre outros, considero axiais, para esse novo começo: a sustentabilidade e o cuidado.
A sustentabilidade significa o uso racional dos recursos escassos da Terra, sem prejudicar o capital natural, mantido em condições de sua reprodução, em vista ainda ao atendimento das necessidades das gerações futuras que também têm direito a um planeta habitável.
Trata-se de uma diligência que envolve um tipo de economia respeitadora dos limites de cada ecossistema e da própria Terra, de uma sociedade que busca a equidade e a justiça social mundial e de um meio ambiente suficientemente preservado para atender as demandas humanas.
Como se pode inferir, a sustentabilidade alcança a sociedade, a política, a cultura, a arte, a natureza, o planeta e a vida de cada pessoa. Fundamentalmente importa garantir as condições físico-químicas e ecológicas que sustentam a produção e a reprodução da vida e da civilização. O que, na verdade, estamos constatando, com clareza crescente, é que o nosso estilo de vida, hoje mundializado, não possui suficiente sustentabilidade. É demasiado hostil à vida e deixa de fora grande parte da humanidade. Reina uma perversa injustiça social mundial com suas terríveis sequelas, fato geralmente esquecido quando se aborda o tema do aquecimento global.
A outra categoria, tão importante quanto a da sustentabilidade, é o cuidado, sobre o qual temos escrito vários estudos. O cuidado representa uma relação amorosa, respeitosa e não agressiva para com a realidade e por isso não destrutiva. Ela pressupõe que os seres humanos são parte da natureza e membros da comunidade biótica e cósmica com a responsabilidade de protegê-la, regenerá-la e cuidá-la. Mais que uma técnica, o cuidado é uma arte, um paradigma novo de relacionamento para com a natureza, para com a Terra e para com os humanos.
Se a sustentabilidade representa o lado mais objetivo, ambiental, econômico e social da gestão dos bens naturais e de sua distribuição, o cuidado denota mais seu lado subjetivo: as atitudes, os valores éticos e espirituais que acompanham todo esse processo sem os quais a própria sustentabilidade não acontece ou não se garante a médio e longo prazo.
Sustentabilidade e cuidado devem ser assumidos conjuntamente para impedir que a crise se transforme em tragédia e para conferir eficácia às praticas que visam fundar um novo paradigma de convivência ser-humano-vida-Terra. A crise atual, com as severas ameaças que globalmente pesam sobre todos, coloca uma impostergável indagação filosófica: que tipo de seres somos ora capazes de depredar a natureza e de por em risco a própria sobrevivência como espécie e ora de cuidar e de responsabilizar-nos pelo futuro comum? Qual, enfim é nosso lugar na Terra e qual é a nossa missão? Não seria a de sermos os guardiães e os cuidadores dessa herança sagrada que o Universo e Deus nos entregaram que é esse Planeta, vivo, que se autoregula, de cujo útero todos nós nascemos?
É aqui que, novamente, se recorre ao cuidado como uma possível definição operativa e essencial do ser humano. Ele inclui um certo modo de estar-no-mundo-com-os-outros e uma determinada práxis, preservadora da natureza. Não sem razão, uma tradição filosófica que nos vem da antiguidade e que culmina em Heidegger e em Winnicott defina a natureza do ser humano como um ser de cuidado. Sem o cuidado essencial, ele não estaria aqui nem o mundo que o rodeia.
Sustentabilidade e cuidado, juntos, nos mostram um caminho a seguir.

Leonardo Boff é autor de “O Cuidado necessário”: na vida,na ecologia, na saúde,na educação, a sair pela Vozes.

Fonte: Instituto Akatu

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Dicas de consumo consciente sobre seis alimentos que ajudam a emagrecer

Dicas de consumo consciente sobre seis alimentos que ajudam a emagrecer

É possível perder peso sem deixar de lado práticas susetntáveis; é bom para a saúde do consumidor e do meio ambiente

Pimenta vermelha, chá verde, gengibre, chá de hibisco, alimentos com ômega três e, quem diria, água gelada. Eles são alguns dos chamados alimentos termogênicos, aqueles capazes de aumentar o gasto calórico do organismo durante a digestão e o processo metabólico. Isso significa que, ingerindo esses alimentos, o corpo elimina gorduras.
Funciona assim: o processo digestivo, que a princípio já consome energia do corpo potencializa a queima de gorduras quando se trata desses alimentos. “Quanto mais difícil for a digestão do alimento, maior será o seu poder termogênico”, diz a nutricionista Daniela Cyrulin, da Nutri & Consult - Consultoria e Assessoria em Nutrição.
Camila Melo, gerente do programa de educação do Instituto Akatu, lembra que é possível alcançar a boa forma física praticando o consumo consciente. “Ao buscar esses alimentos, o consumidor pode priorizar aqueles produzidos de forma natural, sem uso de agrotóxicos e adubos e fertilizantes químicos”, diz. “Além de empobrecer o solo e poluir o lençol freático, essas substâncias diminuem o sabor original e a capacidade nutritiva dos alimentos”.
Para orientar o consumidor sobre locais de compra, legislação e informações técnicas sobre alimentos orgânicos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou, em janeiro de 2010, um hotsite que concentra as informações. Os dados, sobre pontos de comercialização, porém, ainda são escassos.
Para identificar os alimentos orgânicos, o consumidor deve procurar nas embalagens dos alimentos, o selo oficial do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, do Mapa. Ele está em uso no comércio desde janeiro de 2011.

Fonte: Akatu